Foto por : Imagem ilustrativa/ALS Consultoria

Em uma área de 62 hectares, localizada a 5 quilômetros do centro da cidade está sendo construída a primeira usina de etanol de milho de Tapurah. As obras de construção e implantação da futura indústria foram iniciadas na última semana pelo setor de armazenagem, o qual já possui as licenças dos órgãos competentes devidamente liberadas.

A usina é a primeira da empresa RRP Energia LTDA a ser implantada na região pelo empresário Joci Piccini, de Lucas do Rio Verde e deverá ser executada em três etapas, com cada etapa de 1000 toneladas de moagem de milho/dia, tendo previsão de conclusão do projeto em 2026, quando deverá moer cerca de 3 mil toneladas/dia, com capacidade de processamento de 1 milhão de toneladas de milho ao ano, correspondendo em mais de 1,3 milhão de litros de etanol por dia.

Conforme o empresário, na usina serão produzidos cinco produtos, sendo etanol hidratado, etanol anidro, DDG Seco, DDG úmido e óleo de milho. Para manter a usina em funcionamento na sua total capacidade (em 2026), serão necessários em torno de 150 mil hectares de milho na média de produção atual das lavouras da região.

“Eu acredito que a indústria irá mudar bastante a economia de Tapurah a partir dos próximos anos, pois no total, a demanda de milho que será consumida nesta planta, hoje o município não teria esta produção toda necessária. O consumo da matéria-prima será de 50 mil hectares de milho (na média atual de produção das lavouras) em cada etapa da usina”, disse.

Segundo Joci Piccini a primeira etapa deve entrar em funcionamento em dezembro do próximo ano (2024). “A gente depende bastante dos fornecedores dos equipamentos, uma vez que, vai ser uma usina montada com todos os equipamentos novos, e alguns destes componentes que atendem as três etapas são muito pesados, assim a indústria que está nos fornecendo pode demorar um pouco mais para nos entregar, por isso os compromissos estão sendo firmados de 12 em 12 meses para concluirmos em três anos”.

Quanto ao investimento total na obra, o empresário diz que ainda é cedo para estimar o custo total, mas acredita que ficará em torno de R$ 500 milhões. Em comparação com a indústria do mesmo setor implantada em Lucas do Rio Verde (FS Energia), quando operar em sua capacidade total a RRP Energia irá atingir quase 90%.

Geração de empregos

Para a construção da usina acredita-se que serão necessários mais de 1 mil colaboradores, sendo que serão seis construtoras empenhadas no canteiro de obras. Para o funcionamento da indústria serão gerados cerca de 130 empregos diretos para cada etapa. A partir de 2026 a estimativa é de gerar em torno de 500 empregos, entre diretos e indiretos.

Ponto estratégico e identificação

A escolha pelo município de Tapurah para sediar uma indústria de grande porte, segundo o empresário Joci Piccini, aconteceu pela sua identificação com o município e suas lideranças, além da gestão municipal.

“Eu sempre me identifiquei muito com Tapurah, onde comecei a minha história e a história do grupo Piccini foi iniciado lá também, junto com Lucas do Rio Verde. Foi também determinante a minha identificação com o atual prefeito (Carlos Capeletti), além do vice-prefeito e os vereadores, que abriram as portas para nós, diferentemente do que os demais municípios fazer para nos atender. A sociedade tapuraense também sempre nos recebeu bem e nos prestigiou em outros negócios que a gente tem no município, e isso fez com que a gente olhasse para este lado também. Tapurah é um lugar que está crescendo muito e vai crescer e se desenvolver ordenadamente através de seu povo que reside no lugar, diferente de alguns municípios onde as pessoas não moram lá. Tapurah é um dos municípios do interior que tem uma identidade diferente dos demais e eu tenho certeza que nós vamos contribuir muito para este desenvolvimento, fazendo com que Tapurah seja destaque no estado de Mato Grosso”, pontua.

De acordo com o engenheiro responsável pelo Projeto e Tecnologia, Adriano Soriano, da ALS Consultoria e Projetos, empresa pioneira da tecnologia a mais de 15 anos no Brasil, a obra tem por objetivo a verticalização da matéria prima, “Transformar o Grão em Etanol é agregar valor gerando renda para o produtor, desenvolvimento para a localidade e arrecadação para o Estado”, acrescenta.

A tecnologia implantada na obra é 100% brasileira valorizando ainda mais o nosso País, Estado e Município.

Objetivo específico

O projeto tem por objetivo a produção de derivados de milho através do processo de transformação do milho em etanol hidratado, etanol anidro, DDG´s (grãos secos de destilaria com solúveis), óleo, energia elétrica, CO² e CBIO’s, considerando produção e comercialização de todos esses produtos.

Também, a geração de empregos com distribuição de renda através de profissionais qualificados, tais como os de formação técnica, graduação em áreas de alta tecnologia de transformação, pós-graduação como mestres e doutores pela especialidade necessária, com utilização de suas habilidades para um exemplar método de processo industrial que terá como objetivo eficiência industrial, utilizando as mais modernas tecnologias de controle e processos com eficiência energética e sustentável.

Micro Polo Industrial

Para o prefeito Carlos Capeletti, que esteve no escritório do empresário Joci Piccini para conhecer o projeto que está sendo executado na última quarta-feira (08.11) acompanhado do vice-prefeito Odair Nunes, a RRP Energia será uma peça importante da transformação de Tapurah nos próximos anos. Ele cita que a mudança da logística rodoviária com a interligação de várias rodovias estaduais no município, onde Tapurah se transformará em um micro polo industrial da região.

“Para Tapurah, a instalação da RRP Energia representa o início de uma nova etapa de transformação da nossa economia. Hoje já temos a ligação de Tapurah a Sorriso (por asfalto) quase concluída, Nova Maringá vai acontecer nos próximos dois ou três anos, São José do Rio Claro as obras estão em andamento e Tapurah será talvez, a melhor cidade fora do eixo da BR-163, que terá uma logística diferente e atraente para as grandes indústrias. Com a instalação desta indústria (RRP) também haverá outras novas empresas e microempresas dos setores de transporte, oficina mecânica e elétrica que chegarão ao município”, afirma.

Incentivos fiscais

Para alavancar o crescimento e o desenvolvimento da cidade a gestão municipal estará encaminhando para a câmara de vereadores nos próximos dias um projeto de lei de incentivo para as novas indústrias se instalarem no município, o qual vai beneficiar, além da indústria de etanol, outras que virão se instalar no futuro. “Temos dialogado com a câmara municipal e os vereadores devem votar o projeto de lei em breve. Queremos fazer o possível para atrair novas indústrias para a nossa cidade, o que vai contribuir muito na geração de emprego e renda da nossa população”, ressalta.

Habitação e escolas

Capeletti ressalta que a gestão municipal já está trabalhando para preparar a cidade com maior estrutura de salas de aula, creches e melhorias na área da saúde, além do setor de habitação, o qual é um dos principais entraves atualmente para atrair novos moradores.

“Sem novas moradias a gente não consegue nem atender a indústria que já está se instalando hoje no nosso município, então é por isso que estamos intensificando nossas ações para buscar soluções para um novo projeto habitacional no município, a fim de atender esta indústria e as outras que virão depois também”, destaca.

RRP Energia – Metas

Agregar valor ao milho, produzir combustíveis renováveis para o mercado nacional/ internacional, desenvolver e formar profissionais, ser uma empresa fornecedora de proteína animal que beneficiará toda a cadeia produtiva da criação de gado, frango, peixe, porcos, entre outros, através da oferta desses produtos, que naturalmente ocorrerá o surgimento de novos empreendedores, incentivando a geração de mais empregos e renda com os produtos fabricados e comercializados.

A RRP Energia ainda está projetada para ser autossuficiente em energia elétrica que, tem como principal objetivo ser uma das empresas que está fazendo parte do processo de redução das emissões dos gases de efeito estufa, dando melhor qualidade de vida às famílias e o Brasil na vanguarda dessa tecnologia.