A colheita do milho segunda safra teve início ainda no mês de maio em algumas regiões de Mato Grosso, mas se intensificou a partir da última semana em todo o Estado. O Médio-norte é uma das regiões que deu início à colheita na segunda quinzena de maio e está mais adiantada em relação às demais.
Em Tapurah os produtores estão com a maioria das máquinas nas lavouras para colher o cereal. Na opinião de alguns produtores da região a produção está boa e os preços satisfatórios. O maior problema da atual safra, segundo produtores é com o índice de grãos avariados.
O produtor Silvesio de Oliveira diz que o problema vem aumentando a cada ano que passa em virtude das chuvas no mês de maio, quando o milho está no final de ciclo. Segundo ele, no ano de 2017 o índice de milho avariado foi um dos mais altos registrados no Estado e em 2018 não teve muita incidência por que o mês de maio não teve muita chuva, voltando a trazer problemas sérios em 2019.
“No mês de maio o milho está sempre em final de ciclo e o fungo sempre precisa de chuva para se desenvolver, e quando chove em maio, como ocorreu este ano o índice de avariados aumenta, e com isso reduz a nossa rentabilidade”, destaca.
Para Silvesio, a saída para o problema nas próximas safras é fazer a rotação de cultura em algumas áreas e deixar de plantar milho aonde está alta a incidência do fungo. “Uma das opções é plantar a braquiária no lugar do milho safrinha, por que o fungo permanece nas lavouras e vai se multiplicando cada vez mais na palhada. Com a rotação de cultura a gente quebra o ciclo dele (fungo) se não plantar o milho safrinha na área. Esta é uma das opções, mas em virtude da nossa tradição aqui no Estado e, principalmente em nossa região, por que o milho safrinha se tornou extremamente importante na nossa composição do lucro da lavoura, é difícil dizer hoje se vai haver ou não esta rotação”, ressalta.
No município, em alguns casos foram registrados na atual safra o índice de 30% de avariados, aonde o padrão aceito pelas empresas que adquirem o produto é de 5%. Uma saca de milho com 30% de avariado perde em torno de 25% do valor da saca, ou seja, pelo valor de mercado atual (R$ 20,00) o produtor que colhe o milho com 30% de avariado vai vender o produto ao valor de R$ 15,00 a saca. “Temos produtores com problemas gravíssimos no município, os quais terão um grande prejuízo na sua lavoura”.
Silvesio revela que, mesmo com o problema do índice de avariados, a segunda safra é satisfatória pela sua produção na maior parte das lavouras e pelo preço que está se mantendo no mercado. “Historicamente é um bom preço que o produtor vem recebendo pela saca do milho este ano, apesar do custo de produção ter subido muito nestes últimos anos”, enfatiza.
A safrinha do milho é também a responsável por impulsionar a economia tapuraense no meio do ano. Para alguns produtores o lucro do milho é o dinheiro que é aplicado no município, principalmente em imóveis e outros investimentos.
“O lucro da safra do milho é o que circula internamente no município, pois o dinheiro da soja o produtor usa para pagar os investimentos de maquinários, bancos e insumos para a lavoura, e o dinheiro do milho safrinha é o que fica mais internamente para o capital de giro”, completa Silvesio.
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