Foto por : Drone Caiabis

O plantio da segunda safra de milho 2020/2021 realizado fora da janela ideal e dificuldades climáticas reduziram o potencial produtivo do estado que era de 36 milhões de toneladas. A colheita do cereal em Tapurah e região foi iniciada na última semana e intensificada a partir da última segunda-feira.

O Mato Grosso enfrentou um ano desafiador para a segunda safra de milho. Desde o plantio atrasado, que deixou mais de 40% das lavouras fora da janela ideal de cultivo, até a falta de chuvas em algumas regiões, levaram à redução na expectativa de produção.

Segundo o gestor técnico do Imea, Cleiton Gauer, a expectativa inicial, caso todas as condições fossem ideais, era produzir 36 milhões de toneladas no estado. Porém, neste momento a projeção já é de 32 milhões de toneladas. Quanto a produtividade média no Estado, a safra passada apresentou 109 sacas por hectare, mas a deste ano (2021) deverá ficar em torno de 93,8 sacas.

Entre as regiões que mais sofreram com o clima no estado estão a Sudeste, nos municípios de Primavera do Leste e Rondonópolis, Médio Norte, em Lucas do Rio Verde, Tapurah, Sorriso e Centro Sul, em Tangará da Serra e Diamantino.

A colheita do cereal começou a ganhar ritmo a partir desta semana na região Médio Norte e deve avançar nas próximas semanas. Em Tapurah o Sindicato Rural confirma que há uma queda de produtividade em torno de 10% nas primeiras lavouras colhidas.

Conforme o presidente do Sindicato Rural de Tapurah, Dirceu Dezem, a quebra de produtividade em relação aos anos anteriores já era estimada pelos produtores do município. Segundo ele, apesar de os produtores terem investido na atual safra em mais tecnologia no campo, o clima não foi favorável e as primeiras colheitas do grão está confirmando a queda na produção.

“No ano passado as primeiras lavouras colhidas produziram em média 170 sacas por hectare e neste ano essas mesmas áreas e com mais tecnologia empregada estão colhendo em torno de 20 sacas a menos por hectare”, disse.

Outro fator negativo no início da colheita do cereal é a queda no preço pago pela saca de 60 quilos. Recentemente o preço pago pela saca de milho na região atingiu patamares extraordinários para os produtores, chegando próximo dos R$ 80. Nesta semana o valor caiu 20%, chegando a ser negociado a R$ 64,00 a saca.

Para o presidente do Sindicato, isso não significa uma desvalorização do produto, mas sim uma queda dos números que estavam sendo exercidos pela demanda que foi suprida com o início da colheita. Dezem diz acreditar que, devido as dificuldades que os estados de Goiás e do Sul tem para suprir suas demandas, o preço pode voltar nos mesmos patamares que estavam sendo negociados recentemente na região.

Dirceu Dezem diz lamentar que os preços da saca de milho chegaram em 2021 num patamar alto, sendo super valorizado, mas que a maioria dos produtores não aproveitaram a oferta. “A grande maioria dos produtores já tinha vendido antes uma parte de sua produção com preços bem abaixo, e agora ficaram na expectativa de colher primeiro e cumprir os contratos feitos anteriormente, pois não se sabe como vai ser a colheita e esperar colher o restante da lavoura para posteriormente comercializar aquilo que sobrou dos contratos”, ressalta.